EXPOSIÇÕES





Linguagem: Audiovisual (Exposição fotográfica e Instalação videográfica).
Obra: Expondo Ideias



Release: Quando se olha (ou se é olhado) por uma imagem, neste caso a fotografia, a abertura deste olhar nos permite a paralisação, a experiência da primeiridade que produz em nós uma sensação, sensação esta que nos é trazida pela memória do olhar. É nesta busca do olhar primeiro que “Expondo Ideias” se revela aos seus/nossos olhos.
A fotografia como lugar do imóvel-dinâmico, um momento de suspensão, mas que comporta tempos saturados, atualizados no agora. Olhar uma foto é uma um trabalho de sobreposição da memória.
A atemporalidade da imagem e o choque do presente momento é que verdadeiramente criam a obra de arte, a fotografia se completa, se edifica no ato de ver do outro. O meu olhar como fotógrafo/artista só se torna obra quando a imagem, que é a captura da sensação, torna-se objeto sensível do olhar do outro.
“Não cabe dizer que o passado ilumine o presente ou que o presente ilumine o passado. Uma imagem, ao contrário, é aquilo no qual o pretérito encontra o agora, num relâmpago para formar uma constelação. Em outros termos a imagem é a dialética em suspensão, pois enquanto a relação do presente com o passado é puramente temporal contínua, a relação do Pretérito com o Agora presente é dialética: não é algo que se desenrola, mas uma imagem fragmentada.” (DIDI – HUBERMAN, 2010, PG 114).
Na prática podemos relacionar essa não linearidade, essa fragmentação conceitual nas fotografias expostas que fogem de uma temática específica como bloco de imagens exibidas, abrindo-se às possibilidades da imagem, aos seus efeitos de conhecimento.





Primeiridade: O lugar da infância
O instante primeiro
O susto de conhecer
[e reconhecer]
A imobilidade
O estar com os pés presos
Cimentados no chão pelo êxtase
O clareamento,
Que escurece a vista.
É no breu puro e imaculado
Que o olhar acontece.
Acontece agora
Entre o choque, o piscar e os pés voltarem a receber ordens.
Acontece em mim a sensação
Como quando se é criança
E se chora primeiro
E descobre o porquê instantes depois - Pam


Jornal da mostra Aldeia Sesc Guerreiro das Alagoas  2011
Reportagem Morena Melo Dias