PERFORMANCES

TORTURA




A Tortura da gota d’água provoca em mim uma imersão num universo que me é comum desde os idos tempos de infância, a insônia. No cotidiano a insônia se apresenta de forma corriqueira, enquanto na ação performática ela potencializa o estado e os efeitos deste acontecimento. A performance, como a arte do corpo, me possibilita experienciar este estado não como privação, mas como lugar de conhecimento.
O ininterrupto gotejamento é que se configura como lugar aflitivo e não a dor física causada com o passar do tempo. Essa sonoridade que ecoa dentro da caixa craniana causa uma sensação de ausência quando as gotas cessam; o corpo se sente vazio daquele som e daquele ritmo.
A relação que se configura no momento insone é que ele manipula a mente, é um estado de letargia no qual você está submetido contra sua vontade. Essa ação performática subverte esta relação. Eu, aqui, manipulo, através do tempo e da ação, esse momento insone, sendo ele o objeto e eu o sujeito. O tempo amplifica as sensações e me confere o domínio deste lugar ao qual me proponho.

Concepção Geral e Intérprete Criadora: Pam Guimarães.


 A[tempo]RAL



A[tempo]RAL surge de uma preocupação minha sobre a realidade na videoperformance. Até onde consegue ser fiel, íntegra, verdadeira? Uma questão com o tempo, com a temporalidade, e acima de tudo, de como este tempo pode ser vivído no vídeo assim como na ação ao vivo, com o público. Quero descobrir como chegar neste público estando tão distante e tão próxima.
A videoperformance A[tempo]RAL nasceu no tempo, com o tempo e, ainda sim, fora do tempo.


 Concepção Geral e Intérprete Criadora: Pam Guimarães.
Fotos: Erick Silva