Trechos de alma e uns voláteis sentimentos!

Solidiquifico



Num transe profundo
permaneço
intacto
imóvel
intocável
Totalmente à deriva

O som dos passos
pesam nos ouvidos
e batem nas costas

Numa dança frenética
permaneço
intacto
imóvel
intocável
Totalmente petrificado

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Contrassenso


O improvável,

por mais absurdo que seja;
não é,
infelizmente,
impossível.
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 Sexta- feira, 19 de Fevereiro de 2012

ID

Eu sou a cópia escrita do que fui;
O carbono das minhas páginas me revela claramente.
Me reescrevo, reproduzo, reinvento
das cinzas, da cera, do absoluto nada
[grafite].
Eu sou o passado multicolorido
E o futuro em branco e preto.
Sou atemporal.
Anacrônica.
Plenipotenciária de mim.

 

Sexta- feira, 27 de Janeiro de 2012

Conveniente


Convenientemente,

O

conveniente

mente.
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Sábado, 24 de setembro de 2011


O Gato

O gato fez xixi na rua.

Parece que todo mundo tem um rio dentro de si

[que um dia transborda]

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Quinta, feira, 15 de setembro de 2011

Insuficiência

Vejo claramente como não enxergo um palmo a minha frente.
Sei que por mais forte que eu seja, sou insignificante diante do universo.
Percebo a maré da vida nos levando e trazendo
Sem nem ao menos perguntar se desejamos.

Nos dias em que o mundo parece abrir diante dos seus olhos
E fazer você questionar suas ações
Só há uma coisa a dizer:
Da vida sei muito pouco, ou quase nada,
Sei somente que meu espírito deseja crescer e se desprender das mesquinhezas.

Um dia conseguirei. Até lá, que minha humanidade e pequenez me contentem.

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Quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Generosidade

O mar é tão generoso que encontrando o rio
O recebe dentro de si e doa a ele seu sal.

O amor é tão generoso que encontrando o sujeito amado
O recebe dentro de si e doa a ele todo seu sal.

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Domingo, 28 de agosto de 2011

Aos Domingos

Tem dias, que as cores, por mais vivas que sejam
Ficam acinzentadas.
Os domingos têm o péssimo hábito
De se prolongarem demais.

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Quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Não

Não me compre com desejos baratos,
Não sou do tipo que se vende...

Não faça parecer que seus carinhos são todos meus
Se te vejo numa oferta constante

Não se importe de eu me indignar com seus absurdos
Não sou do tipo que perdoa.

Pâmela Guimarães 22.11.2008

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Segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Sonhos

Enquanto minha pele cheira a mar e protetor solar

Os sonhos se descolam do meu corpo.

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Domingo, 31 de julho de 2011

Primeiridade: O lugar da infância

O instante primeiro
O susto de conhecer
[e reconhecer]
A imobilidade
O estar com os pés presos
Cimentados no chão
Pelo êxtase.

O clareamento
Que escurece a vista.

É no breu puro e imaculado
Que o olhar acontece.
Acontece agora
Entre o choque e o piscar
E os pés voltam a receber ordens.

Acontece em mim a sensação
Como quando se é criança
E se chora primeiro
E descobre o motivo instantes depois.

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Domingo, 31 de julho de 2011

Homem-árvore

O homem é árvore
É semente, enraíza, cresce,
Brinca de criar e comer com o sol
Dá frutos.

A árvore-homem
Adquire conhecimento e fica frondoso
Umas folhas caem [necessariamente]
Para que outras venham.
Na morte e nascimento
[constante]
Se faz o homem árvore.

Morre, mas não para sempre
Vira semente de tudo que criou
E o que criou cresce.
sábado, 23 de julho de 2011
Vida
Algumas luzes vermelhas e árvores passando.

A vida também passa assim, correndo, e a gente nem sente.

Os dias estão muito corridos

Não tenho tido tempo nem para escrever.

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terça-feira, 12 de julho de 2011
Adeus

Talvez eu nunca tenha pensado tão bem na palavra ADEUS!

Adeus, À Deus.

Adeus pra isso tudo que não me faz bem
À Deus entrego tudo que não me faz bem
Adeus a tudo que maltrata
À Deus, tudo que não posso suportar, confio
Adeus aos pecados
À Deus todos os meus pecados oferto.

À Deus entrego os caminhos
E caminho rumo a minha paz.

Adeus!

quinta-feira, 7 de julho de 2011
É tempo de renovação! Já!

É tempo de renovação! Já!

O círculo, o ciclo que eu tento fechar
A rede e o tapete que eu quero deitar
A página e a folha que eu quero virar
O peito vazio que eu quero trancar.

São as trancas e os trincos de dentro do corpo.

É tempo de renovação! Já!

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sábado, 2 de julho de 2011
Agora

Do futuro se espera o mínimo

Do passado se recolhe o possível

Do presente só se pode desfrutar.
O menino feito de mar
O menino, ainda muito pequeno, corria em direção ao mar por mais que a mãe fizesse pra ele ficar.
O menino corria para o mar porque o mar corria para ele, a mãe não entendia.
Desde muito encurtado e de calções raspando os joelhos o menino adorava correr para o mar. Era azul, verde, dançante, vibrante e chiava de prazer ao abraço do moleque.
Quando um pouco maior, o menino andava para o mar. Não andava como um homem anda, ele molejava, galanteava indo ao mar. Nessa idade sua mãe não fazia mais, ela só olhava o menino de calções mais curtos e cumprido como céu, ela ainda não entendia.
O menino fez-se homem e caminhava para o mar, tinha já os passos mais lentos, mais sábios, mais decididos. Ele queria beber o mar e toda sua imensidão silenciosa. Ele flertava com o mar, conquistava gota por gota. Sua mãe, já nessa época, gostava de vê-lo indo ao mar, gostava de vê-lo homem e do seu não-correr. Ela não entendia, mas aceitava.
O homem, de tão homem, fez-se velho. Ele praguejava contra as pernas maltratadas pela areia dos anos, mas ia ao mar. Ia como quem vai ao infinito, sem pressa, sem razão.
O homem-velho gostava ainda do som do mar. A mãe, da janela, da mais distante janela, sentia pena dele indo ao mar.
Quando ele velho-menino correu novamente para o mar a mãe não fez, não gritou, não entendeu.
Ele, que gostava tanto do cheiro de mar, virou ele cheiro também. Virou pele de mar e morreu dentro dele, ou o mar nasceu dele, nunca soube direito.

A mãe, na beira da água, viu finalmente que sempre esteve a beira do menino.
Ela senta junto ao mar e bebe o cheiro do filho.
Ela agora entende.

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domingo, 26 de junho de 2011
Mais um pouco

Eu preciso de mais coração, de mais estômago, de mais alma

Porque esses que eu tenho não estão cabendo tudo que tenho passado.
terça-feira, 21 de junho de 2011
Alma
Da minha boca vulcânica

o fogo corre



Dos meus olhos oceânicos

o mar despeja



Da minha alma anacrônica

o tempo vagueia.

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quarta-feira, 15 de junho de 2011
Dia-a-dia

O arroz tá no fogo, minha tristeza pode esperar

Segura mais um pouco, toma banho, vai pra aula e deixa de chorar novamente.

O peito cheio de mágoa responde:
"uma hora enche, uma hora transborda, nem tudo pode esperar"

Minha vó dizia: O doce azeda se passar do ponto meu bem.
sábado, 11 de junho de 2011
ALÉM
A hora de sair de cena
é quando você se percebe falando sozinho

O vazio, o eco, o não-sentido me diz
e re-diz:
hora de sair

Mas é muito difícil pisar fora deste jardim.
Você cuida, rega, vê crescer e tem de abandonar
tem de deixar para que outros beija-flores dali se apossem

É um egoísmo enorme não querer deixar nem seu mal ir embora
Mas o amor consiste em altruísmo

Saio de cena
arranhada, machucada, ferida, e com uma enorme vontade de ficar,
mas saio de cena.
Saio pra quem fica poder se ver melhor.

Fique no jardim e perceba
que nem toda água do mundo que eu jogue serve
se você só sabe sugar e não devolver!

domingo, 29 de maio de 2011
Eu tenho uma teoria...
De que nós, mortais, somos feitos de vidro. E isso não é uma analogia barata não.
Sabe aquelas estátuas enormes e imponentes de vidro?! Isso mesmo!
Elas parecem firmes, mas são frágeis, quebráveis.

Algumas coisas tiram umas lasquinhas do vidro, mas nada que abale a estrutura.
Mas quando o vidro quebra - e eu sei o que é quebrar - ele se parte em milhões de pedacinhos. Parece humanamente impossível juntar todos eles, e talvez seja.

Demora muito tempo para refazer o mosaico da nossa estátua. Nunca, absolutamente nunca, fica perfeito.

Sempre tem aquele pedaço que cai debaixo da geladeira e nunca mais conseguimos encontrar - ficamos aleijados em algo quando quebramos.
Vez ou outra na vida, numa mudança qualquer trocamos a geladeira de lugar - e é difícil levantar a geladeira - e achamos aquele bendito pedacinho.
Dá uma alegria e um desespero, a gente não sabe nem por onde começar.
Ele está cheio de poeira e mesmo depois de limpo é difícil acomodá-lo no seu devido lugar.

Nos montamos e remontamos até parecermos completos, mas depois de quebrar, não se iluda, ficamos defeituosos. Algo em nós se perde. Pedaços fora do lugar, arestas estranhas e quase sempre arranhando quando uma mão nos toca.

É... quebrar é fácil. Reconstruir é que é o bicho.

E viva o mosaico homem, que sem se partir é ridiculamente belo.

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quinta-feira, 26 de maio de 2011
Amor tamanho

O amor andava sempre no bolso da camisa, próximo ao peito. Quando ele cresceu demais para caber no bolso foi para uma mala de viagens. Na mala o amor ficava meio abafado, meio sem espaço. Ali o amor não podia crescer.

Mas o amor, como sempre, muito astuto, esgueirando-se pelas beiras, pulou da mala.
O amor vivia então numa estante, mas amor em estante fica vitrinizado, enjaulado, úmido e frio. O amor não gostava da estante. Ele começou a ficar cansado, os ácaros lhe causavam falta de ar e uma irritação constante nos olhos.

Ahhh, esse amor que não sabe onde fica, onde se cabe!

O amor pulou para o maior armário da casa. Impressionante, diante de todas as adversidades aquele amor que tinha tudo para minguar, cresceu.

Mas o amor cresceu tanto que não havia mais lugar para ele. O amor era enorme para todos os espaços onde tentava se colocar. Ele começou a ficar atrofiado, com dor nas costas, joelhos ardendo, um verdadeiro inferno. O amor queria diminuir, mas não era possível, ele aprendeu que depois que cresce ninguém diminui.

De tanto não caber, de tanto doer, de tanto procurar solução o amor caiu cansado. Ficou no chão, imóvel por tempos e tempos.

O amor agoniza todos os dias, tenta se levantar, se debate, chora, mas de nada adianta. O amor agora não é astuto como na época da mala, ele já não sabe mais se esgueirar.

O amor deseja a morte, de tanta dor que sente. Mas ele não sabe, ou não quer saber, que amor, por excelência, de verdade, não morre.

O amor ficará deitado, em semi-coma, anestesiado até que desista dessa vida e por ali se afunde ou que acorde novamente. Mas ele não sabe ainda, nem tão cedo saberá.

O bolso, a mala, a estante, o armário não são suficientes para esse amor. Ele quer a liberdade de estar junto, de não ser tamanho, mas ser completo.

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sábado, 14 de maio de 2011
Saúde perfeita

Sou feita mais de espaço que de completude;

Sou feita mais de silêncios que de discursos;

Sou feita mais de voz que de grito;

Sou feita mais de mim que de outro;

Não sou feita, estou me fazendo.

Me faço quando volto, repito, conserto.

Sou feita de estar fazendo.
domingo, 1 de maio de 2011
sobre hoje...
É justo que se faça com o outro
o que queremos para nós.

É justo que olhemos para a situação
por mais de um ângulo.

É justo ceder quando necessário.

Vamos ser justos amigos!

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quarta-feira, 20 de abril de 2011
se(m) senti(n)do

Se a neve é água
Se a nuvem é água
Se o vapor é água
Serei eu também breve líquido sem cor?

Se o calor esquenta
Se o cobertor aquece
Se o amor agüenta
Se o perdão esquece

Se, se, se...

Se sou eu
Se é você
Se o amor mora aqui
Coloque o casado o deixe o inverno vir.

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quarta-feira, 13 de abril de 2011
O cinema me inspira...

A mulher de braços compridos atravessa a rua
Seus braços são tão longos que quase tocam o chão
Ela dedilha as poças de lama
E tamborila os dedos pelas lâmpadas dos postes.

Ai de mim que fui ao encontro da mulher de braços compridos
Ela me enroscou em metros de braços
Que de tão grandes
Ela se foi há tempos
E suas mãos ainda me agarram os punhos.
quarta-feira, 30 de março de 2011
Passarinho
O pasarinho no seu ninho diz: Que liberdade triste!

O passarinho é livre e isso não o basta.
O passarinho quer mais aconchego no seu ninho.
domingo, 20 de março de 2011
Tive um sonho estranho e escrevi ao acordar
Cicatrizes

Cada marca em mim prova que vivi
As que se vê, e as que não.
Cada ferida aberta é pura ilusão.
Cada cicatriz é a marca mais bela do meu penar.
Marque-me a ferro e fogo.
Assinale-me a sangue e suor.

Imprima seu amor em batom vermelho
Na minha derme exposta.

Desenhe seus medos e promessas em tinta azul
Na minha pele branca.

Tatue seu adeus em sangue-lâmina
Na minha carne amarga da abate.

Deixe cicatrizar e vire batom, caneta e lâmina apagadas
Minha memória-ontem.

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segunda-feira, 14 de março de 2011
Mas...

A vida é cheia de mas

Eu amo, mas não posso.
Eu sei, mas não quero.
Eu aprendi, mas não pratico.
Eu fujo, mas não me encontro.

A vida é cheia de mas

Eu sem você, mas amando ainda.

A vida é cheia de mas e eu querendo mais da vida!

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sexta-feira, 11 de março de 2011
ESFINGE

Devora-me ou te decifro!

A hora da Esfinge é agora, o tempo é hoje. Não existe nada além do aqui.
A pergunta vem sempre depois da resposta, nós é que nunca percebemos.
A prisão Esfinge em que vivemos nada mais é que apego.
Enquanto não liberto o outro não conseguirei me libertar.
A bela Esfinge amarra meus pés enquanto me debato desesperadamente enrolo-me ainda mais em sua teia de perguntas e respostas. A Esfinge não me quer prender, eu que me quero presa a ela.
Então Esfinge diz-me assim: Decifra-me ou te devoro!
Em vão respondo sempre com erro.

Agora me vejo largando os pés da Esfinge e a deixando falar mais e mais baixo.
Então digo a Esfinge: Devora-me ou te decifro!

Decifrei a Esfinge, descobri o que tem dentro dela. Além de não ser devorada fui, acima de tudo, cuspida!

Boa noite Esfinge!

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domingo, 6 de março de 2011
Gamão

Deus sentado em seu trono com sua longa barba prateada mexe despreocupadamente em um tabuleiro verde musgo.

Os lábios contam em silêncio e as mãos passeiam como ondas na baía.

É agora.

Deus rola os dados: 2 de 6.

Quatro chances de jogar.

Meu sangue verde e minhas lágrimas mogno jorram no gamão do velho de barba alumínea e mãos de praia.

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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Mansarda

Belos sapatos engraxados
Poças d'água levemente enlameadas
Rodas e pés.

A luz que entra ilumina tão pouco de mim
Que creio desconhecer minha existência
A luz que entra ilumina meus espaços vazios
[os torna maiores]

Feche as cortinas,
Tranque as portas,
Lacre as janelas!

Impeça que qualquer sentimento entre ou saia
Mantenha-se por instantes inerte, manso.
Quando a mansarda abrir e trouxer o sol
Nasça novamente
[se puder].

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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
VERdade

A bem da verdade tenho que dizer:
Sou fraca e humana.

A desumanidade nos torna belos e especiais,
Porém isso dura muito pouco.
Gostamos na verdade de quem é real, de carne e osso,
com defeitos, com vícios e maldades até.

De espinhos na planta dos pés
De cravos enfiados nos punhos
De adagas cravadas no peito
De lâminas a rasgar a pele
De fogo a queimar a carne
De todas as dores o corpo se cura.

Na alma,
A dor de uma palavra sangra
e é chaga sem remédio.

A bem da verdade tenho que dizer:
Sou humana, sou ferida aberta.

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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
Ampulheta

Tempo, amigo – tão cruel – fiel.
Não se adianta, não se atrasa.
Por mais que faça na hora exata
Cai-me sobre os ombros
E traga a fumaça dos meus dias com imenso prazer.

Debato-me inutilmente,
E tombo como um pato abatido sobre suas mãos
O tempo – quietinho – arregaça as mangas e põe-se a trabalhar
Costura minhas feridas, arranca os espinhos e colore delicadamente as lembranças agradáveis da infância – que já perdem a cor.

Um manto leve de proteção me aquece
Enquanto a brisa lambe meus olhos, já molhados.
A partida é breve, eu nem sinto
[O tempo foi e eu fiquei]

A areia da ampulheta desce lentamente
A vida se esvai calma e devagar
O destino vai correndo sem saber
Que no fim, morrer não é acabar.

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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Espelhos negros


Entre tantos panos
Duas esferas negras me encantaram.
[Os olhos que falam tão antes da boca]

A profundeza azeviche que reflete o amor que sinto!

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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
[Metaforizando]

Lá fora o sol;

Aqui dentro a chuva dos meus olhos parece não ter fim.

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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Preto e Branco

Tudo está sem cor

O mundo em preto e branco me diz:

- Continue!

Mas esse mesmo mundo me tira a gravidade,

Deixa de pés para o ar.

E agora mundo? - pergunto.

"Agora pegue os pincéis e vá trabalhar!"

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sábado, 15 de janeiro de 2011
Medo

Estou com medo e parece que ele vai comendo as paredes da certeza e esmurrando o concreto da tranquilidade.
O medo faz companhia e mesmo assim é ausente.
Trata meu peito, sua casa, com desdém e cresce numa rapidez tamanha que já nem cabe no cômodo a ele destinado.
Agora ele mora nos meus pulmões [mal respiro], invade o estômago [parece que gosta de lá] e chega a ponta dos meus dedos.
O medo está tão crescido que em mim não pode mais morar. Agora faz ninho sobre minha cabeça e paira acima dos meus pensamentos.
O medo não é, nem está.
Agora ele faz parte de mim e a sensação se acomoda no meu peito.
O medo não é mau companheiro, só precisa aprender a falar mais baixo quando eu necessito!

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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Kadu 03.01.2011


Eu acreditava que o amor tinha várias formas,
vários jeitos,
várias faces.
Achei que já tinha amado intensamente.

Mas a cara do amor é essa,
pura e absolutamente frágil.

Eu sinto dentro de mim a melhor coisa do mundo,
eu sinto a paz de olhar pra ele
e o mundo todo em volta se dissolver.
Sinto a paz de estar com ele
e saber que esse pedacinho de céu
dorme nos meus braços e se sente seguro.

Seja Bem Vindo Kadu!

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domingo, 2 de janeiro de 2011
E que venha 2011!
Venha com muita tranquilidade,
Com muita leveza,
Muita paz de espírito.
Que 2011 seja repleto de compreensão e [boas] mudanças.

Para mim nesse ano que chega prioridade é paciência,
Prioridade é levar pra frente o que se deseja e se acredita!

Bom...felizes sejam os próximos 365 dias até mais um ano novo,
cheio de promessas e esperanças renovadas!

Até lá!

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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
Votos de Natal [e Ano Novo]

Desejo a você, meu amigo, neste Natal, saúde, paz, amor, sucesso, amigos, dinheiro, alegria, prosperidade, harmonia e realizações.
Nossos votos natalinos geralmente são “automáticos” e nem sempre colocamos nossos sentimentos e não temos a sensibilidade de pensar no que desejamos.
Não posso desejar só saúde – desejo que você tenha uma família, companheiros e vontade de viver para aproveitar essa saúde.
Não posso desejar a paz – sem saber se é a paz que teu coração pede agora ou uma paixão vulcânica, por exemplo.
Não desejo amor – desejo que além de amar profundamente você seja correspondido com amor incondicional.
Não desejo só sucesso – desejo antes, que sua vida profissional não atrapalhe a pessoal e que você não se deixe escravizar pelo trabalho.
Não desejo só amigos – muitos mais companheiros para todas as horas, irmãos de alma, em quem você possa confiar e caminhar de olhos fechados.
Não desejo dinheiro – nem muito, nem pouco. Desejo que o que você tiver saiba usar em seu benefício e do outro.
Desejo alegria, mas não só – anseio pra você alegria nata, sua, sem que o “outro” seja força motriz dos seus sorrisos.
Desejo prosperidade – não como palavra vazia de conteúdo, mas no seu sentido pleno e literal.
Não desejo só harmonia – desejo harmonia com os seus próximos, mas antes e acima disso, harmonia dentro de você, com você.
Desejo além das realizações – desejo que se realize com sabedoria, cautela e respeito aos demais.
Desejo a você, meu amigo, neste Natal, força e generosidade. Mais confiança e menos gravata apertada e salto alto sem conforto.
Desejo e espero que você tenha fé nos seus sonhos e espalhe essa fé para quem dela precisa.
Desejo um super Ano Novo, recheado dos meus mais sinceros votos de saúde, paz, amor, sucesso, amigos, dinheiro, alegria, prosperidade, harmonia e realizações.

Relendo Chico, vivendo o momento
"Nem parei para pensar de onde vinha a minha raiva repentina, só senti que era alaranjada a raiva cega que tive..." [Chico Buarque]


Não sei.
Perdi o pudor de recolher meus sentimentos
faz tempo.
Me entrego a vida e a ela tudo dou.

Sou inteira, estou inteira
e tudo em mim arde.
Arde em mim amor e outros sentimentos
bem mais dificeis de explicar.

Mas concordo com Chico,
não sei de onde vem, mas a minha raiva
tem cor, cheiro e sabor.

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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Seu

O verbo se esvazia


A palavra se emudece


Só o sentimento pode falar.


E fala alto e claro:


É SEU.

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O Peixe

Uma vez minha irmã me perguntou:


"Pam porque a gente fica nauseado quando tá nervoso?"


Essa e outras perguntas nós sempre nos fazemos. É um tipo de questionamento sobre tudo que vai muito além da nossa capacidade.
E acho que tínhamos a impressão de que perguntando uma a outra e compartilhando conseguiríamos explorar aquele mundo enorme chamado desconhecido!
Eu nunca consegui responder essa pergunta e hoje acho que não interessa mais a ela o sentido desse tipo de coisa. Parece que a ouço dizer: "Que bobagem!”


Hoje eu diria:



Eu tenho um peixe

nadando no meu estômago.

Quando estou nervosa ele nada um pouco mais rápido.

Naqueles dias de turbulência e preocupações

o peixe nada cada vez mais rápido

querendo talvez acompanhar o fluxo do meu pensamento.

O peixe que mora no meu estômago é muito vivo.

Ele também se manifesta quando me apaixono,

quando estou melancólica,

quando estou com medo.

O peixe que mora no meu estômago se alimenta

de emoções.

Tenho a impressão que criava uma agulhinha

e possuo um tubarão.



Hoje sou eu quem pergunta:


"Porque quando eu sinto medo meu peixe fica gelado?"

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domingo, 28 de novembro de 2010
Círculo

O mundo gira dentro de mim.
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
De dentro para fora II
Que o passarinho saiba

o caminho de volta.

Que ele queira voltar.

Que o pássaro, mesmo sabendo ser livre

saiba que num só lugar

reside abrigo e sincero aconchego.
De dentro pra fora
Um passarinho

fez um ninho

dentro de mim.

São tantos galhos torcidos

tantas folhinhas jogadas

que na bagunça do meu peito

o passarinho não mora mais.

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quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Sobre a morte

Morri algumas vezes.

Nesse caminho que escolhi,

estou morrendo sempre aqui e acolá.

Nas vezes que morri por mim

senti o gosto do sangue e só.

Nas vezes que morri por algo

Senti o gosto do sangue e só.

Nas vezes que morri querendo morrer

Senti o gosto do sangue e só.

Nas vezes que morri

Senti o gosto do sangue e [estava] só.

Hei de morrer ainda dezenas de vezes.

Quantas forem necessárias

para aprender a viver.

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sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Dor

O que sangra sempre dói

O que dói nem sempre sangra.

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quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Mais

Mais do que lábios,
eu preciso de palavras.

Mais do que braços,
eu preciso de acalanto.

Mais do que mãos,
eu preciso de laços.

Mais do que olhos,
eu preciso de atenção.

Mais do que desculpas,
eu preciso de atitude.

Mais do que um acordo,
eu preciso de compreensão.

Mais do que arrpendimento,
eu preciso de mudança.

Mais do que presença,
eu preciso de atenção.

Mais do que hoje, mais do que agora,
eu preciso do sempre.

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terça-feira, 9 de novembro de 2010
Dias e dias longe de casa

Meus olhos me enganam

Há beleza

A beleza mora nas pequenas coisas

E nas grandes também

No sertão do meu coração

Há saudade

A saudade mora nas pequenas coisas

E nas grandes também

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sexta-feira, 5 de novembro de 2010
11

Para que serve a pedra,
senão como pedra.

Para que sirvo eu,
senão pra você.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
E o sertão vai virar mar...

Cachoeira de Timbaúba - Batalha

O rio tem
A sabedoria de transitar entre as pedras
Calma e vagarosamente
A água passa como que por entre os dedos,
Os dedos de rocha que a tentam segurar.
Sem sucesso as rochas abrem caminho
E se moldam com respeito ao toque molhado

A água sem pressa contorna tudo
E chega no seu destino
[que é lugar nenhum
lugar comum
lugar algum]

Ponho em linhas os sentimentos
Que correm como a água
Espero que eles contornem a vida
Sem pressa e sem destino.

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sábado, 30 de outubro de 2010
Serrinha


"Da mais alta janela da minha casa
Com um lenço branco digo adeus" Fernando Pessoa

O maior e mais profundo silêncio
Que já 'ouvi' dentro de mim.
Um silêncio tão absoluto que chega a ser vazio
Ele é, sinestésicamente falando, o silêncio mais ofuscante que vi
O silêncio mais salgado que provei
O silêncio mais mudo de todos os silêncios.

Do alto da Serra, vendo o sol se pôr
Eu presenciei o que alguns chamam de Deus
O que outros chamam de paz
Que ainda podem chamar de nada.

Eu presenciei o que dentro de mim grita,

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O SILÊNCIO.


Nas águas da lagoa Manguaba
No caminho pra Riacho Velho
O paraíso se esconde sob o mangue
E sobre a plana superfície molhada

Até a chuva cai mansamente
Para não atrapalhar
O silêncio fluvial.

De garças a carangueijos
Até nós, os forasteiros
Nos quedamos a calmaria atemporal.

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quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Riacho Velho

O barco fura a água.

E quanto mais pra baixo eu olho

Mais céu eu vejo!

A lagoa me engole em ondas

E minhas angústias pulam n'água

pra não mais voltar.

[Em dia de chuva eu fico melancólica, mas quem não fica?!]

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domingo, 17 de outubro de 2010
Palavras

Uma palavra nova e uma ressignificação para a antiga:

EXTRAVAGANTE!
Mômolho
Uma nova palavra no meu vocabulário!
terça-feira, 28 de setembro de 2010
O vento e Eu
Estava sentada com o vento
Nós dois
Olhando as aves, as pessoas, as folhas, o rio
E o velho, sentado como jornal do outro lado da rua.
Ficamos horas assim
Eu e o Vento
Sentados

O vento é ótima companhia
Mudo, ele acaricia meus cabelos e minha face
E vez ou outra brinca levando meu chapéu

O vento é ótima companhia
Surdo, não me ouve reclamar

O vento é ótima companhia
Cego, ele me deixa passar

Ficamos por horas assim
Sentados
Eu e o Vento
O Vento e Eu

Eu nem percebo quando ele vai embora
E leva consigo meu chapéu. [dá de presente ao rio]
Dá folhas as aves.
E às pessoas, nada.
Algumas lebranças ruins põe na cabeça do velho
Ele esquece rápido.
As formigas
Nas noites quentes do verão a menina sentava na porta de casa

E ouvia a avó contar histórias

Enquanto isso ela fechava os olhos e sonhava.

Sonhava com sapos, príncipes, donzelas

Sonhava com cachoeiras, barcos e marujos.

A menina sonhava.

A menina abria os olhos e via as formigas

Andando em marcha rápida

Trabalhando, trabalhando, trabalhando

E a menina pensava:

As formigas não tinham avós.

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terça-feira, 21 de setembro de 2010
Lembrando, relembrando, lembrando...

Maior do que uma cozinha

Maior do que uma lagoa

Maior do que dimensões contáveis

Maior do que metros e quilômetros

Maior do que eu mesma poderia imaginar

É esse o valor da descoberta: se descobrir, se redescobrir!
Pia!
Um fim de semana no sertão parece um ano!!
Tantas coisas aconteceram que nem sei o que foi quando....

Dentre tantas coisas que circulam na minha cabeça a primeira é:
Que será TÉ?! Até hoje eu me pergunto, afinal a explicação não me convenceu.

Tapera é um lugar incrível (em vários sentidos) de falta de televisão a jegues ancorados no portão (ou árvores) alheio.

Mas sem dúvida tecnologia eu encontrei em OLHOS DAGUAS DAS FLORES. Com muita ajuda é claro. Casa de dona Lígia, mãe de Letícia, onde encontramos Alda. Seu grande Jarbinhas. E até Márcia, que até hoje não apareceu mais.

Os bilhetes são úteis na comunicação, entretanto campainha ou coisas do gênero são completamente desnecessárias.

Tive grandes encontros!! Na praça de Tapera, pude encontrar alguém muito importante, que causou grande comoção. Em cima do caminhão: ela!!!
Desse encontro surgiram vários questionamentos e uma grande preocupação: Quem será o alvo em 2011???

Esperamos e rezamos para que não haja nenhum surto de meningite nos próximos quatro anos!!!

No final de tudo, tenho que admitir que nada disso faz eu querer dizer: KEKEU...! Porque acima de tudo eu recuperei algo dentro e fora de mim que eu achei ter perdido pra sempre.


Abraços a Márcia!!!

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quarta-feira, 15 de setembro de 2010
A poesia é curta.

O filme é 'curta'.

As histórias de amor são curtas.

Pena o amor ser tão longo.
Arrumação
Minhas gavetas estão muito arrumadas.

Minha vida é que anda uma bagunça!

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segunda-feira, 13 de setembro de 2010
A BOCA-SOLIDÃO

A solidão é uma boca,
Uma boca enorme.
A solidão come tudo.
Comeu minhas presenças,
Meus espaços,
Minha alegria.
Comeu as palavras ainda na garganta.

A solidão é uma boca enorme.
Enorme e cheia de dentes afiados.
Ela mastigou meu sorriso,
Dilacerou meus abraços,
Engoliu as sensações.

Tudo que a boca-solidão morde, sangra.
Minhas mãos sangram da ausência
[de outras];
Meus olhos sangram do escuro;
Meus joelhos sangram da súplica;
Minha língua sangra da mentira;
Até a minhas paredes sangram,
Sangram do espaço vazio entre elas.

Quanto mais a boca-solidão abocanha
Mais o vazio cresce
E até parece
Que pequenas boquinhas
Nascem de mim.

É.
Eu pari a solidão.
Sou Mãe-Solidão

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quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Relendo minhas páginas

Relendo minhas páginas

Repensando minhas atitudes

Refazendo uns passos

O livro dos meus dias está vazio de respostas

Hoje, relendo-o, vejo o quanto de mudança é necessário.

Vou tentar escrever de forma mais clara, mais justa
mais limpa, com letras grandes e palavras sinceras.

Tenho que me ler com mais calma.

E me escrever com mais cuidado.

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quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Estômago 

Essas frases engasgadas

Esses sentimentos contidos

Essas palavras que eu engulo, mastigo
[São pesadas]

É isso que me causa dor de estômago

É uma azia da alma.

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domingo, 29 de agosto de 2010
Ando sem tempo

O tempo vai passando e atropelando as coisas
que deveriam passar com calma, lentamente.

Meus dias são cheios, corridos e no meio deles
eu acabo esquecendo de sofrer.
Sim.Porque sofrer exige tempo, dedicação e um pouco
de auto-piedade. Ando sem tempo pra isso.

Enquanto isso, as oportunidades de resolver
minhas "angústias" vão passando.

Um fim de semana descansando poderia ser uma
viagem de salvar minh'alma.
Mas ando sem tempo.
Porque cuidar da gente, cuidar de quem a gente ama,
cuidar até de fugir leva tempo.
E tempo eu não tenho.


Lendo Caio Fernando Abreu:
as frases foram me levando pra um passado-presente-futuro
tão incerto quanto essas palavras soltas.

Por Pâmela Guimarães

"Mas sempre me pergunto por que, raios, a gente tem que partir. Voltar, depois, quase impossível." Caio F. Abreu

"...você cresceu em mim de um jeito completamente insuspeitado, assim como se você fosse apenas uma semente e eu plantasse você esperando ver uma plantinha qualquer, pequena, rala, uma avenca, talvez samambaia, no máximo uma roseira, é, não estou sendo agressivo não, esperava de você apenas coisas assim, avenca, samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco derrubar todas as paredes e arrancar o telhado para que você crescesse livremente" Caio F. Abreu

"E que uma palavra ou um gesto, seu ou meu, seria suficiente para modificar nossos roteiros." Caio F. Abreu
Saramagueando...
"se tens um coração de ferro, bom proveito. o meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia."

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quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Observações sobre um relógio quebrado

A vida parece
com o relógio quebrado da minha cozinha.

Eu nunca o vejo andar,
mas sempre que o olho está num lugar diferente.

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O relógio da cozinha está errado

No relógio da cozinha bate 11:25

Na hora que o sol me conta são 15:57

E no meu horário...

O tempo parou!

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domingo, 25 de julho de 2010
A esfinge

A menina pequena e frágil se depara numa tarde mais do que comum com algo estranho, surreal, magnífico: A ESFINGE.


A Esfinge olha dentro dos olhos negros da menina - que tem um ar quase frágil - e, com seus lábios de pedra, diz: 'Decifra-me ou te devoro'

O momento parece eterno. A Esfinge a espera de abocanhar sua presa e a menina nem sequer entende o perigo que corre. Hipnotizada pelos olhos negros e molhados da Esfinge, acredita que todo o mar caberia neles.

Naquele momento a Esfinge não pode, não consegue, não vai! Ela não devora a pequena indefesa. Sim. É exatamente nesse momento que se dá o milagre.

A Esfinge não devora; a criança não desvenda o mistério; e tudo vai ficando ao contrário.

Esse foi o dia que a lenda da Esfinge - monstro de pedra - se dissolve em areia.
Esse foi o dia que a pureza da menina - de muitos medos - conheceu o encantamento.

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domingo, 18 de julho de 2010
TÉDIO

O tédio me amarra na cama
O tédio come meus sapatos
O tédio apaga meus escritos

O tédio hoje é capaz de
transformar meu silêncio
em apenas SILÊNCIO
[vazio]
Como todo o resto!

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terça-feira, 13 de julho de 2010
PRESENTE II


Quanto um presente pode ser PRESENTE!

Um livro de poemas! Cheio de letras, palavras, verbos,
pronomes, mentiras, redundâncias.
São tão belas as palavras que se fala com a alma!

Quantas verdades, quantos desejos, quantos silêncios
se guarda numa folha escrita, desenhada pelo tempo.



- O Adolescente -

A vida é tão bela que chega a dar medo.

Não o medo que paralisa e gela,
Estátua súbita,
Mas

esse medo fascinante de curiosidade que faz
o jovem felino seguir para frente farejando o vento
ao sair; a primeira vez, da gruta.

Medo que ofusca: luz!

Cumplicentemente,
as folhas contam-te um segredo
velho como o mundo:

Adolescente, olha! A vida é nova...
A vida é nova e anda nua
- vestida apenas com o teu desejo!
(Mário Quintana)

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domingo, 11 de julho de 2010
PRESENTE


Quanto um presente pode ser ausente

E digo: Por você, abdico de você!

Cartas são cheias de letras, de palavras, de verbos,
de pronomes, de mentiras, de redundâncias.

Eu prefiro o silêncio. No vazio se guarda muito mais.
Quantas coisas existem num envelope 'vazio'...

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Para Frida - De Frida


Quantas vezes você já amou?
Quantas, você acha que foi amada?
Quantas vezes você foi traída?
Eu posso contar o número de pregos nas minhas costas
Posso medir os litros de sangue que puseram em mim
Mas não posso calcular os meus amores
Posso contabilizar quantas idas e vindas tive do meu lugar
Mas quantos adeus tive de guardar, não sei.

Você sabe o quanto de você foi levado?
O quanto da sua alma quebrada pode ter sido
Arrastada para longe de si?
Não! Não pode!
Mas aposto que guarda as cartas
e sabe até as datas em que lhe caíram em mãos
Amor não se conta por letra escrita
Nem por retorno
Tampouco por carícia
Amor se guarda no não-saber
No não saber contar, não saber dizer
Não saber como medir

Você sabe quantas lágrimas já derramou?
Pois é...
Isso não importa
Pranto corrido é tristeza lavada
Alma limpa, casa limpa.
E que chegue um novo-velho-sempre amar!

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domingo, 4 de julho de 2010
Hoje eu disse que ia escrever!


Frio de praia

Tem um quê diferente no corpo

Algo como vento impresso na pele

Ou tempo impresso na palma das mãos

Um cheiro de mar

Um cheiro de sal

Um cheiro doce

Como quem volta de um lugar que nunca visitou!

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segunda-feira, 28 de junho de 2010
Do sonho que tive

Eu via por entre frestas

E tentava decifrar aquele ser

Era uma espécie diferente

Falava uma língua singular
[que se embriaga ao ouvir, como canto de sereia]

Tinha pernas azuis e cintilantes
[muito bonitas, pareciam de brinquedo]

E um cheiro todo seu
[de pimenta talvez]

Que do planeta que veio

Até o meu deixou um rastro

É um ser que sabe rir

E vez ou outra

Molha os olhos do mar inteiro
[que vive em si].
será?
Alguém dentro da minha cabeça disse:

'Você não vive,

acumula lembranças pra poder escrever!'

Será??

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sábado, 26 de junho de 2010
12 semanas e 3 dias

Eu vi a felicidade

estampada!

E ela é preto e branca!


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quarta-feira, 23 de junho de 2010
CHUVA

descobri que minhas dores
são assim como a chuva

tem época do ano que insiste
tem época que não espero e elas vem com tudo
Rajadas fortes ou só chuvisco

Dias claros que enegrecem do nada
e dias que clareiam quando menos se aguarda!

Hoje chove
Os pingos são grossos
e batem na carne como uma lembrança que não se apaga
Estou encharcada!

Mas quem sabe amanhã não faz o sol?!

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sábado, 19 de junho de 2010
19.06.2010 Olhos vendados - ensaio da montagem cênica ROJO

Meus olhos pintados de negro pelo véu
meus ouvidos atentos
meus passos incertos, errantes, confusos.

Meu vazio sem ver
meu espaço de estar
minha alma 'vendo' o encontro esperado

Pelo cheiro, pela pele
pelo tato, pelas cores,
por um fio, por um momento
eu sei que minha alma pode ver.

Gritos, sussurros, ofensas,
agonias, NEUROSES.

Como é bom ter nos braços
a certeza da segurança
Como é bom conter
quando se quer bem.

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quinta-feira, 10 de junho de 2010
sou isso

Embriago-me de sonhos

Alimento-me de ilusões

Sou isso,

fantasia!
sou/serei tia
Há de vir

Há de chegar

Há de se mostrar como quem brilha

Como quem estréia

O que não existe

É de fato

Hoje o que mais em mim mora

AMO e nem sei seu nome

Amo e nem tens endereço

Amo e nem sequer nasceu

Eu que não tenho ainda,

Mas que meus braços já carecem!

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sábado, 5 de junho de 2010
SOBRE AS MULHERES DE ALMODÓVAR

Quero ser uma mulher de Almodóvar

Eu acordo,
Preparo o café do meu marido bêbado,
Apanho antes do banho,
Sirvo o café enquanto tomo minhas pílulas,
Arrumo a casa.
Choro!
Transo com o ator de filme pornô,
Perco um filho,
Canto uma canção triste,
Danço,
Mato meu homem.
Choro!
Converso com as mulheres,
Seduzo os homens,
Amo até perder o ar.
Choro!
Sou uma mulher de Almodóvar!

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[NÃO] Quero ser uma mulher de Almodóvar

Não quero ser uma mulher de Almodóvar
Eu poderia ser uma cor de Almodóvar,
Um travesti de Almodóvar, uma cena,
Um detalhe, um figurino.
Um vermelho, um azul dele!

Posso ser até um filme de Almodóvar,
Mas não me deixo ser uma mulher de Almodóvar

Uma submissão, uma mentira, um estupro,
Uma carência, uma violência.
Uma mulher.

Em todas as mulheres de Almodóvar sem dúvida existe um pouco de toda mulher, eu você, sua mãe, a vizinha, a velha da padaria.
O que não desejo é me tornar uma das mulheres que Almodóvar
Retrata.
Posso ser qualquer mulher, mas hoje não sou nenhuma daquelas mulheres de feridas abertas, de coração partido, de veias expostas, de alma entregue, de SALTO ALTO.
Sou mais do que nunca uma mulher Almodóvar gostaria de ter escrito!

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quarta-feira, 26 de maio de 2010
FATO

Nesse ato simples

Deve haver alguma complexidade

Como quando se acena um Adeus.

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terça-feira, 25 de maio de 2010
insônia

Por mais estranho que seja

a solidão, em certas horas,

é ótima companheira!

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sexta-feira, 21 de maio de 2010
Saudade

A lua da minha felicidade

Minguou!

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quarta-feira, 19 de maio de 2010
Observações sobre ensaio do dia 15.05.2010 - ROJO

Eu

eu e o chão

o chão

o chão e o outro

o outro

o outro e eu

eu

eu

eu e o outro

eu no chão

eu com outro

eu com eu

eu comigo

Hoje não mais

EU sozinha!

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terça-feira, 11 de maio de 2010
A PALAVRA

Eu sempre depois de dias muito cheios de informações [desconexas]
tento resumir tudo em uma palavra só:

Hoje é:

ALMODÓVAR!

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quinta-feira, 6 de maio de 2010
Dispo-me

Dispo-me.

Não possuo sequer identidade;

As manchas nos olhos são os resquícios

Das últimas linhas que tracei.

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quinta-feira, 29 de abril de 2010
será?

Parei para refletir e descobri:


Nada se pode fazer com o pensamento dos outros, afinal, ele é dos outros!

Faça o melhor que puder com os seus!

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sexta-feira, 23 de abril de 2010
[...?]

Se o amor é água?

Não sei.

Flui em minhas veias,

Deixa meu sangue puro,

aguado e sem fim.

Se o amor é sangue?

Não sei.

Corre nos rios,

Braços de mar d'alma.

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domingo, 11 de abril de 2010
VIVER

É Simples!
Basta encher os pulmões de ar!
É simples!
Um ato instintivo do seu corpo. Manda-te sugar o ar e soltá-lo em seguida.
É simples.
É tão simples fingir que a virtude de viver é a mesma de estar vivo.
Estou vivo quando respiro e como, mas VIVO quando olho, sinto, cheiro...e como.
Sabe, eu posso sentir a consistência da minha vida, como se ela fosse um livro, com se eu a pudesse tocar. Eu sinto pela minha existência um amor táctil, quase tão denso quanto a minha carne inflamada por esse fogo de co-existir comigo e com o outro.

Parece como respirar do jeito inverso.

Primeiro eu solto o ar, expiro de mim tudo que tenho, doo cada parte de mim sem saber se haverá ar suficiente para uma próxima vez.
Aí... aí vem o milagre!
Quando nem sei mais quem sou, respiro!
Respiro primeiro minha identidade - e talvez ela nem se pareça tanto com a da existência anterior - depois inalo sonhos novos e resultados. E sugo tudo que alguém expirou nesse ar tão inodoro e nem um pouco insípido.
É simples!

A vida consiste em movimentos contrários e paradoxalmente circulares!

Por Pâmela Guiamarães 21.02.2008

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domingo, 4 de abril de 2010
Dois

Ela tem em si todas as cores,

cheiros, tons e sabores.

Ela tem em si um pouco de menina

Um tanto de mulher.

Tem no sorriso um traço bem fino

Onde tropeço e me deixo arrastar.

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quinta-feira, 25 de março de 2010
SOB MEDIDA

Cheguei a uma conclusão. Tudo feito 'sob medida' é absolutamente horrível. Nunca nos cabe.

Veja bem! Quando você experimenta uma calça jeans numa loja por exemplo, se olha mil oitocentas e trinta e sete vezes no espelho do provador, pergunta pra sua mãe, sua irmã e a vendedora se ficou bem. Depois de receber mil elogios e ouvir umas cinco vezes que "sua bunda ficou realmente maior nessa calça" você compra e sai completamente feliz e realizada. Usa a bendita calça todos os dias e não importa se você engordou 3kg, ela ainda cabe em você!

Mas quando é sob medida...tudo dá errado. Você sai de casa e vê um vestido P-E-R-F-E-I-T-O, mas não tem grana. Hora de ir a costureira! Tira suas medidas com precisão cirúrgica, passa horas em pé experimentando e PUFF. Exatamente. Ficou largo, comprido, apertado ou sem o bojo que você pediu trezentas vezes pra colocar.

Como é possível? Eu explico!

Nós não nascemos para o SOB MEDIDA! Porque não não existe nada predestinado a quem quer que seja.
A blusa da liquidação cai bem em você e em metade da cidade porque a vida é assim: PRA TODO MUNDO.

Por isso não se arrume tanto, não finja que gosta de literatura polonesa, que come comida australiana e gosta de Mozart achando que está na 'medida' do cara.
Ele pode estar afim de jeans e pão de queijo, mesmo gostando de música clássica.

Não estar SOB MEDIDA é justamente o caminho mais fácil de 'caber' na vida de alguém. E esse alguém pode ser quem você estava esperando.

EXPERIMENTE! VAI QUE O MODELO LHE CAI BEM?? ;)

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terça-feira, 23 de março de 2010
despreocupando...

Que nada que venha de mim te ameaçe

Que nada que venha de mim te confunda

Que nada que venha de mim te preocupe

Que nada que venha de mim te amedronte

Que de mim você sinta só o AMOR...

entendeu?? ;)

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quinta-feira, 18 de março de 2010
Construir

As sombras

Me assombram;

As minhas sobras

Ficam pelos escombros;

É tudo questão de construir e desabar!

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quarta-feira, 3 de março de 2010
FELIZ

Os dias passam sem pressa...

A felicidade deixa a vida em câmera lenta!

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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
SOPRO

De tudo quanto é leve e breve o vento que sopra é o que mais me agita.

Que leve, releve meu erro.

Que breve, revele um carinho.

De tudo quanto é leve e breve o furacão é a calmaria do peito manso de quem ama.

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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
PELE

E com a mão dela mil pássaros pousam sobre minha pele

Cada arrepio é um sim dos meus poros em resposta ao breve voo de sua palma morna

O sopro leve é vendaval dentro de mim

Olhos, dentes, lábios, dedos, pernas. De quantas partes será feita a sensação de afeto?!

Fazer amor sobre a água não seria mais sútil que sentir suas mãos em meus cabelos.

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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010


O sal nos olhos arde como fogo


E fogo do sol no mar dos olhos


Queima


Queima o fogo, o sal, o sol



E o mar cabe dentro dos olhos.


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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Hoje

O que se quer mais da vida além de viver?

Não exijamos tanto de nós mesmos, Dar um passo é andar também!!


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terça-feira, 29 de dezembro de 2009
?

Fique mudo;

Fique surdo;

Fique cego;

Tudo o que se diz condena;

Tudo condena, mesmo sem dizer.

Se existe verdade ela mora nas abstrações.

Se existe verdade - se ela realmente existe - ela deve morar no silêncio.

O que pode haver além da mudez das palavras?

(Como produzir o silêncio?).

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terça-feira, 22 de dezembro de 2009
3x4

A água dos olhos :

traduz o rio que passa em mim.

A secura da boca :

revela o sertão que a alma oculta.

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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
BÁRBARA!!

Nunca fui de acreditar em destino ou coisas assim
Mas acho que sua mãe foi sábia ao colocar seu nome
VOCÊ É BÁRBARA MESMO!!

Quando nos conhecemos (ou antes disso) não sabíamos o que o destino
guardava pros nossos caminhos!
O amor não tem reservas, ele chega invade e não sabemos de onde veio esse vendaval

Te amo por isso, por aquilo e por NADA, porque não precisamos de motivos não é mesmo?!?!

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Vira a página
Nossa história não tem fim... nem começo
Esquece o que dói
O sorriso vale mais

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domingo, 6 de dezembro de 2009

O amor?

Ele que mantenha distância

Por favor!

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segunda-feira, 30 de novembro de 2009
[...Era ela, sim era ela...]

Ela vinha com uma meia que quase lhe engolia os joelhos magros e algum charme em andar desengonçado. Tinha um cheiro de quem saiu do banho e certa “aura” quase infantil em cheirar assim.
Era sem dúvida muito simples em suas ações, e seus movimentos quase mecanizados possuíam, sei lá como, um ar delicado e fluente.
Os olhos saltavam à luz com um brilho de bola de gude novinha em folha (daquelas que quando a gente ganha fica por horas revirando ao sol pra descobrir os mistérios) e aquele colorido que nos faz crer olhando por mais um segundo vamos cegar pela eternidade.
Os braços por vezes batiam no vento e este dava passagem por tanta braçada que vinha.
Era ela, era sem dúvida ela.
O som dos seus passos e a cadência que envolve os ouvidos é peculiar e leva para um mundo distante, meio azul com cheiro de algodão doce. Pode-se confundir isso facilmente com o amor, mas não.
Era ela, era definitivamente ela.
Caindo por entre seus dedos a água da chuva tem um ar tão poético. É de se emocionar com tanta claridade num só espaço. Tão escuro que meus olhos de gato não veriam.
Um passeio por entre meus sonhos e devaneios. Era isso que ela propunha para o fim dos dias tristes e maçantes.
Mas era ela, era indubitavelmente ela.
Quando o arrastar de chinelos e o odor de naftalina forem minha rotina, saberei de onde estou, olhando para trás, que nada foi tão utópico quanto essa fase da minha existência.
Quando me olhar no espelho e perguntar o que era, a voz do tempo vai sussurrar em meus ouvidos:
Era ela, era tão somente ela.

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terça-feira, 17 de novembro de 2009
[SÃO ou não...]


Insanos...

Eles são!

E na minha insanidade

Eu estou sã e salva!

Salve os sãos

Que eles não são

Eu sou... Eles são!

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domingo, 8 de novembro de 2009
DOR

Observações completamente insanas sobre os sentimentos. Partindo da filosofia daqueles que se embriagam!

Paixão é como topada
Na hora dói que parece pra sempre
Fica a marca durante um tempo, mas passa
Amor é dor de cabeça
Não tem cura
Dói pra sempre e a marca ninguém vê

Paixão é dor de ouvido
Martela até tirar o juízo
O bom remédio extermina
O problema meu bem
É que dor de ouvido nunca dá uma vez só!

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quinta-feira, 5 de novembro de 2009
1 + 1 = NADA

É como contar as carícias
Anotar cada eu te amo
Guardar em caixas os sorrisos recebidos
Fazer um relicário de sensações e declarações

Sentimento não se mede,
não se calcula, define ou rotula
A palavra já diz, SENTE
é pra sentir sem racionalizar

Não dá pra conferir o quanto o amor cresceu hoje
(se é que ele cresce)
Não somos previsíveis ou imutáveis
Somos humanos, logo o oposto de sensato

Amar é não ter certeza
não ter chão
não ter respostas
não ter rótulo
não ter vergonha
Amar é essencialmente NÃO TER!

E como não tenho, amo!
E amo quando não tenho...NADA!

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domingo, 1 de novembro de 2009
QUASE

O quase acaba comendo nossos melhores momentos...

Deixamos de ter o amor perfeito porque quase conseguimos nos entregar, mas na hora exata pisamos um passo para trás.
Quase fazemos amor com a pessoa errada no momento certo.
Quase pedimos aquele beijo que era o maior desejo do mundo naquele instante.
Quase dizemos a verdade pra o grande amor da nossa vida.
Quase fazemos a coisa certa para aquele grande acontecimento.
Quase falamos com o estranho da rua.
Quase oferecemos o sorriso que alguém precisa mais que tudo.
Quase compramos o óculos de sol que não vamos encontrar nunca mais na vida.
Quase aceitamos o convite pro próximo verão com um "ex-amor".

Quase, quase, quase....

Esses tantos "quases" que permeiam nosso caminho são provavelmente os "quase-melhores momentos" das nossas vidas.

Quem sabe aquele quase atravessar a rua podia ter se tornado o dia de conhecer seu futuro grande amor e pai dos seus filhos?
Aquele quase abraço fosse selar uma amizade eterna?
Um quase sorriso fosse salvar o dia de alguém?

O quase filho da puta que corre atrás de mim feito sombra, me persegue a cada instante e mata tantos e tantos possíveis sonhos e projetos.

Não deixe o quase te alcançar!!

Porque quem quase trepou ainda está virgem meu caro!!!!!

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quinta-feira, 29 de outubro de 2009
MOAH

Olhos de rio correndo

Sorriso de quem sabe o quer

(E o que não quer)

E essa certeza de quem caminha sabendo

Que ontem já foi

E amanhã é luz

Menino homem

Anda como quem tem as nuvens nos pés


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terça-feira, 27 de outubro de 2009
ÁGUA

Esse pranto passa

A água lava a mágoa

Essa dor acalma

Teu peito amansa...

Tenha fé

A tempestade é só pra molhar!

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terça-feira, 20 de outubro de 2009
AMANTES

Os amantes estão destinados a pior prisão do mundo
O agora
Não existe amanhã pra quem ama
Não existe futuro, passado ou sequer aviso prévio

Os amantes se perdem na solidão de dois
E quando a verdade chega
Era só tempo em vão

O ontem de quem ama é lembrança
O hoje do amante é fábula
O amanhã desse sonhador é tristeza!

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domingo, 18 de outubro de 2009
MUITO MAIS!

eu sou do muito
o muito é minha fraqueza

eu amo muito
brigo muito
quero muito
exigo muit0
faço muito
dou muito
procuro muito
enlouqueço muito

esse muito ainda é pouco
muito mais seria pouco
porque o muito se acumula em mim
me traga, me consome, me engole

muito, muito
esse muito mal, muito bem
é meu muito mais!


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quinta-feira, 15 de outubro de 2009
QUEM SOU EU?

Eu sou isso tudo que você vê
Faltando um pedaço

Eu sou um pedaço disso tudo
Que você vê

Eu sou o que você vê
E um pedaço disso tudo

Eu sou isso tudo, um pedaço
Eu sou eu. E sou você.

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terça-feira, 13 de outubro de 2009
...

tantas teorias

tantas conjecturas

tantas e tantas abstrações

eu pratico o viver

não sei de nada

além de mim!

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segunda-feira, 12 de outubro de 2009
MINHA CAMA

Olhos tão próximos
E olhares tão distantes

Atravessar todo o atlântico
Não é nada
Atravessar o longínquo espaço
De não-ser é mais

Empenho toda força
Em atravessar minha cama
Pois no outro lado
Mora a verdade de quem sou

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segunda-feira, 5 de outubro de 2009
SEM-MOTIVOS


Sem motivos



janela d'alma



sorrisos



e uns odores de mar!

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domingo, 4 de outubro de 2009
O ESTRANHO EM MIM

Os cabelos negros molhavam na beira do riacho
e aquelas ondas não deixavam ver meu rosto.
Um suspiro e todos os devaneios estariam molhados

Penso que não sou
Às vezes reconheço um estranho
nas águas de minh`alma
Ele se parece tanto comigo
Que se não fosse eu mesma
seria uma imagem de mim!

Corro para longe
para longe dos vestígios de quem fui

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quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Entre... Quando!

Costurei meus sonhos
com os laços dos teus vestidos

Teci meu cobertor
com os fios dos teus cabelos

Embrulhei cada choro
Nas águas turvas do teu quintal

Protegi meus pecados
Com suas pedras coloridas do colar

Estou tão ligada a você
que meus passos incertos
caem soltos por entre seus dedos azuis...

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quarta-feira, 30 de setembro de 2009
DIAS MEIO CINZAS

Esses dias estão meio chatos e difíceis...
Hoje levei uma queimadura além de tudo.... =/

mas a vida tem seus caminhos!!!


Ficando feliz de novo!

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terça-feira, 29 de setembro de 2009
ESPAÇO PARA REFLETIR

espelhar-se



espalhar-se!

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domingo, 27 de setembro de 2009
VAZIO

v





a





z



i





o

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quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Desses dias...

Queria reescrever algumas páginas...



Fazer, refazer, desfazer....



Contradizer-se é provar que ainda há sentimento!!